Resumo: Modernismo no Brasil

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Modernismo

Sob o termo genérico Modernismo resumem-se as correntes artísticas que, na última década do século XIX, e na primeira do século XX propõe-se a interpretar a civilização industrial. São comuns as tendências Modernistas, a deliberação de fazer uma arte em conformidade com sua época e a renúncia à invocação de modelos clássicos, tanto na temática como no estilo.

O desejo de diminuir a distância entre as artes “maiores” (Arquitetura, Pintura e Escultura) e as “aplicações” aos diversos campos da produção econômica (construção civil, decoração, vestuário, e outras funções), geram a busca de uma funcionalidade decorativa e uma linguagem internacional ou europeia.

O esforço em interpretar a espiritualidade que se dizia inspirar e redimir o industrialismo. Por isso, mesclam-se nas correntes modernistas, muitas vezes de maneira confusa, motivos materialistas e espirituais, técnico-científicos e alegórico-poéticos, humanitários e sociais. Por volta de 1910, quando o entusiasmo individual sucede-se a consciência da transformação em curso das próprias estruturas da vida e da atividade social, formar-se-ão no interior do Modernismo as vanguardas artísticas preocupadas não mais apenas em modernizar ou atualizar, e sim em revolucionar radicalmente as modalidades e finalidades da Arte.

No Brasil, a chagada de Oswald de Andrade em 1912, trazendo da Europa o conhecimento de novas formas de expressão artística; a exposição de Lasar Segall em 1913, na cidade de Campinas, a 1ª amostra de pintura não acadêmica, são as etapas que antecedem a semana de arte moderna, que se realizou em São Paulo, de 11 a 18 de fevereiro de 1922, e constou de 3 festivais ocorridos nos dias 13, 15 e 17. Neles se exibiram a prosa, o verso, a música e a dança de vanguarda.

Promoveu-se no saguão do Teatro Municipal, uma exposição de artes plásticas que expressava as modernas tendências da pintura, escultura e arquitetura. Mais ainda: Conferências, Palestras e Discursos pronunciados por Graça Aranha – apresentado como responsável pelo acontecimento – Ronald de Carvalho, Menotti Del Picchia e Mário de Andrade, com o objetivo de difundir o novo ideário estético. Representavam a pintura: Anita Malfatti, Di Cavalcante, Vicente do Rego Monteiro, Osvaldo Goeldi, John Graz.

A noite que celebrizou a semana foi a segunda. Iniciou-se o sarau com um discurso de Menotti Del Picchia, que pregava a liberdade de criação, o individualismo estético, a repulsa as escolas, inclusive a futurista, e exaltava a busca de “uma arte genuinamente brasileira, filha do céu e da terra, do homem e do mistério”, fruto do temperamento de cada escritor ou artista. “Queremos luz, ar, ventiladores, aeroplanos, reivindicações obreiras, idealismos, motores, chaminés de fábricas, sangue, velocidade, sonho na nossa Arte”, proclamava o orador em nome do grupo rebelde. Aludindo às lutas de classe, à libertação da mulher da dependência do lar e do marido e outras limitações impostas pelo grupo social patriarcalista, e as contradições políticas imperantes, acentuava que os modernistas visavam a romper as formas acadêmicas, de modo “a dar elasticidade e amplitude aos processos técnicos” de sua realização. Pretendiam, em suma, integrar o Brasil no “espírito de modernidade universal”, de que estava afastado conforme observaria Mário de Andrade.

Com a realização da Semana da Arte Moderna, estava instaurado o movimento Modernista, que ao longo dos anos, renovava a mentalidade nacional e impunha a autonomia artística e literária do Brasil. Descortinando para o país o século XX, colocava-o na atualidade do mundo. Doutra parte, a Semana coincidia com a Revolução do Forte de Copacabana e a fundação do Partido Comunista do Brasil, fatos históricos que traduziam a inquietação brasileira nesta época – inquietação que culminava na revolução de 1930 e nas transformações que se registrariam nas décadas seguintes. Os fatos demonstraram, depois, que os integrantes da Semana e os seus participantes ingressaram nos quadros políticos brasileiros que chegam até o Estado Novo e incluem as correntes fascistas, comunistas e liberais. Demonstram, ainda, que a Semana finalmente levara o Brasil a integrar-se nas coordenadas culturais, políticas e socioeconômicas da nova era – a do mundo da tecnologia.

Logo após os barulhentos espetáculos do Teatro Municipal, o grupo inovador lança a revista Klaxon. Este primeiro periódico é o veículo por onde se divulgam as produções da nova escola.

Calcados no êxito conseguido com as agitadas noites de fevereiro, os jovens artistas conseguiram espaço e estímulo para ainda em 1922 dar continuidade ao seu trabalho. A primeira obra gerada em torno da Semana foi o livro de poesias de Mário de Andrade, Paulicéia Desvairada, no qual todos os procedimentos poéticos mais arrojados eram expostos e reunidos pela primeira vez. O livro marcou definitivamente nossas letras, mostrando uma poesia urbana, fragmentária e antirromântica, que retratava uma São Paulo complexa, cosmopolita e egoísta, com sua população heterogênea e sua burguesia cínica.

No campo da prosa, cabe ressaltar a estreia, no mesmo ano, de Oswald de Andrade com seu romance Os condenados. Já podemos perceber nesse livro um autor que, em larga medida, revolucionará a Prosa brasileira. Oswald cria uma narrativa muito pessoal, fragmentária, baseada numa montagem cinematográfica, que buscava focalizar a vida de desertados de todo o tipo que vagavam pelos cenários de asfalto da vida moderna.

O Modernismo que nascera sob o signo da euforia, da festa e da juventude, que abusara das piadas, à medida que a crise mundial cresce, que novos conflitos armados estouram, dentro e fora do país, que os problemas surgem criados pela técnica e as posições político-ideológico, vai mudando de atitude e de feição, compenetrando-se do drama que se gerou no curso da história contemporânea, trazendo consequências como: descentralização intelectual, com valorização consequente da província, permitindo que florescesse grandes escritores e poetas em todos os estados; interesse pelo Homem Brasileiro, com estudos profundos de sua formação, de sua origem, de suas condições de vida, reabilitando o negro e o índio; revitalização do regionalismo, do tradicionalismo, do folclore, como resultante de um movimento unânime de introspecção nacional; tentativa da criação de uma “Língua Brasileira”, por Mário de Andrade, liberando os escritores Brasileiros de uma imemorial e voluntária subordinação aos grandes clássicos de Portugal, com uma linguagem mais natural, mais solta.

De 1922 até hoje, a Semana da Arte foi se firmando como o mais marcante “fato” da nossa história cultural e, assim, concretizou seu objetivo: sacralizar-se como evento símbolo da mentalidade renovadora no Brasil.

  • Dec. De 30 e 40

  • As várias gerações modernistas

A segunda fase do modernismo se estendeu de 1930 a 1945. Na literatura, escritores como: Érico Veríssimo, Graciliano Ramos, José Lins do Rego e Raquel de Queirós se preocuparam com a realidade social do nosso país. Nessa busca do Homem brasileiro, o regionalismo ganhou importância na literatura. O romance adquiriu caráter de denúncia social enfatizando as relações dos personagens com o meio social e a natureza.

A poesia explorou temas como o do homem no mundo, a solidão, a angustia, o inconformismo social e a morte. Nessa geração de poetas estão: Carlos Drummond de Andrade, Murilo Mendes, Vinícius de Moraes e Cecília Meireles.

Na década de 1940, a literatura brasileira entrou numa fase chamada por alguns de geração de 45, e por outros de neomodernismo ou terceira geração modernista. Três escritores sobressaíram-se na pesquisa de linguagem e no compromisso de sua obra com a realidade social: Guimarães Rosa e Clarice Lispector, na prosa e João Cabral de Melo Neto, na poesia. Esses autores retornaram a perspectiva nacionalista da primeira fase do modernismo.

Despois de uma primeira d´cada de modernismo radical, a arte brasileira volta um pouco à temática social e a um estilo mais convencional. São desse período as telas e murais de Cândido Portinari, que lança mão de sintaxe ligeiramente cubista em obras de forte cunho social. O nacionalismo está presente na obra de Tomás Santa Rosa, que também foi grande cenógrafo do teatro brasileiro, e de Orlando Teruz.

  • Núcleo Bernardelli

Liderado por Edson Motta forma-se no Rio de Janeiro, em 1931, um grupo que luta pela democratização da Escola de Belas Artes. Seus trabalhos retratam os subúrbios do Rio, com destaque para as marinhas suaves de José Pancetti e o cubismo lírico de Milto Dacosta.

  • Grupo Santa Helena

Outro grupo, que se forma em torno do ateliê de Francisco Rebolo, se dedica a uma pintura mais tradicional, retratando paisagens simples, casario proletário, festas e quermesses. Inclui Clóvis Graciano, Aldo Bonadei, Bruno Giorge, Fúlvio Pannachi, Mário Zanini e Alfredo Volpi.

Nos anos 40, o convencionalismo começa a ser abandonado. O arquiteto Oscar Niemeyer projeta o conjunto arquitetônico da Pampulha, em Belo Horizonte, decorado com murais e telas de Portinari. Roberto Burle Marx faz o projeto de paisagismo ao redor da igreja. Artistas como Mário Cravo e Carybe (Bahia), Aldemir Martins (Ceará) e Poty (Paraná) levam o modernismo para fora do Sudeste. Em todas as modalidades das artes plásticas há renovação: na escultura, Bruno Giorgi Abramo e Darel Valença Lins; na decoração de interiores, os móveis de Joaquim Terneiro e os tapetes de Madeleine Colaço e da dupla Jaques Douchez / Norberto Nicola.

  • Museu de Arte de São Paulo

Em São Paulo, o empresário e jornalista Assis Chateaubriand funda o MASP em 1947, com um acervo de pintura europeia que abrange os primitivos italianos dos séculos XIV e XV até mestres do impressionismo francês. O acervo, o maior da América Latina, é formado pelo crítico e historiador italiano Pietro Maria Bardi que se muda para o Brasil com a mulher.

Nos anos de pós-guerra, muita coisa sucedera. O desastre europeu permitiria aos Estados Unidos assumir a hegemonia do mundo capitalista. A força de seus grupos econômicos e de seu governo fazia-se sentir por toda parte, exceto na área dos países socialistas. A Europa, que agora importava capitais norte-americanos passara a consumir em larga escala seus refrigerantes, sua música, sua cultura de massa, sua literatura, sua arte. Uma mesma pintura – que nada de típico ou nacional representa – alastra-se por todas as grandes cidades de New York a Paris, Londres, Roma, Tóquio… Os alemães, como os franceses, os italianos, os americanos, os turcos, murmuram agora uma mesma língua: o “esperanto” do abstracionismo informal. O Brasil entra no coro, integra-se na atualidade pictórica internacional. O capitalismo imperialista abrira todas as portas, levara a Coca-Cola ao árabe do deserto e ao caboclo da Amazônia, instalara fábricas de transistores em Hiroshima e porto de minério no Amapá. Se é certo que os países subdesenvolvidos continuavam miseráveis, com seus problemas próprios, específicos, em matéria de pintura, no entanto, não tinham de que se envergonhar. Pelo menos aparentemente.

Os anos posteriores à guerra, entretanto, vão marcar uma mudança radical na arte brasileira. Essa mudança é determinada, em parte, pela dialética interna na cultura brasileira e, em parte, pela reabertura do contato com a realidade artística internacional, que o restabelecimento da paz propicia. A nova geração, se não renega os mestres advindos do modernismo, não deseja segui-los. A temática nacional, os problemas sociais são postos de lado. Um dos primeiros sintomas disso, entre os pintores, é o interesse pela pintura metafísica de Di Chirico, pela onírica alucinação de Chagall, enfim por mestres modernos cuja mensagem mais subjetiva ainda não se fizera ouvir no Brasil. Milton Dacosta, Djanira, Maria Leontina, são alguns dos principais nomes dessa geração intermediária, que já hoje definiu seus caminhos individuais. Caberá à geração seguinte realizar a ruptura total com o modernismo brasileiro, engajando-se na linguagem despojada e geométrica da arte concreta.

A I Bienal de São Paulo, aberta em 1951, vem dar força a nova tendência. O figurativismo aparece, ali, moribundo, enquanto a arte abstrata se apresenta vigorosa. E é no rumo desse abstracionismo rigoroso racionalmente construído, que a pintura brasileira (bom como a escultura e, até certo ponto, a gravura) vai caminhar, mergulhando de repente nos problemas extremos da linguagem pictórica moderna.

  • Os anos 1950 – 60

O Brasil, nos anos 50 e 60, até o golpe de 1964, viveu um período de verdadeira euforia política e econômica. Foi a época do governo democrático-populista de Juscelino Kubitschek, que empreendeu uma política econômica industrial e desenvolvimentista.

Propondo um Plano de Metas que permitiria ao país desenvolver cinquenta anos de sua história em cinco, Juscelino abriu as portas ao capital estrangeiro, que aqui instalou suas indústrias, aproveitando-se de nossa mão-de-obra barata. A construção de Brasília, a geração de novos empregos na indústria e no comércio, a ampliação do consumo – tudo isso criou uma atmosfera ingênua de euforia no país.

No plano internacional, a vitória da Revolução Cubana abriu a discussão sobre as relações de força entre as grandes nações e aguçou nos países do Terceiro Mundo a consciência da necessidade de independência em relações aos Estados Unidos e à União Soviética.

A cultura brasileira acompanhava o ritmo das mudanças. Novas ideias surgem nos diferentes domínios da arte, com a Bossa Nova, o Cinema Novo, o Teatro de Arena, as vanguardas concretas na poesia e nas artes plásticas, os festivais de música transmitidos pela televisão.

Após o golpe militar de 1964, a atividade cultural do país se manteve dinâmica ainda por mais alguns anos. Surgiu o Teatro Oficina, que encenou O rei da vela, de Oswald de Andrade; foram criados os CPC’s (Centros Populares de Cultura), que visavam levar cultura para as ruas; o Tropicalismo ganhou os rádios e a televisão. Esse período efervescente terminou com a decretação do AI-5, em 1968, o exílio de políticos e artistas e a instituição de uma censura prévia a eventos culturais.

  • Tropicalismo: chiclete com banana

Na década de 1960, a época dos famosos festivais de MPB realizados pela antiga TV Record, começaram a se destacar alguns jovens artistas que tinham uma linguagem verbal e musical completamente diferente daquela que predominava. Esses jovens eram Caetano Veloso, Gilberto Gil, o grupo Os Mutantes e Tom Zé, apoiados em textos de Torquato Neto e Capinam e nos arranjos do maestro Rogério Duprat.

O movimento artístico originário desse grupo, ao qual se chamou Tropicalismo, foi o último importante movimento cultural ocorrido no Brasil até o final do século XX.

O ponto de partida do movimento foi o III Festival de MPB da TV Record, realizado em 1967, do qual Gilberto Gil e Caetano Veloso participaram, respectivamente com as canções Domingo no Parque e Alegria, Alegria.

Combatendo, por um lado, a música unicamente ligada às tradições – naquele momento representada por Chico Buarque – e, por outro lado, a música de protesto – representada principalmente por Geraldo Vandré –, os tropicalistas partiram das inovações musicais introduzidas pela Bossa Nova e ideologicamente se inspiravam nas ideias da antropofagia de Oswald de Andrade, buscando uma música que “deglutisse” ao mesmo tempo Os Beatles com suas guitarras elétricas, a Bossa Nova de João Gilberto, Vinícius e Tom Jobim e o regionalismo de Luiz Gonzaga.

Fátima Morethy explica que, nos anos 1960, toda a euforia se esvai. Recorda o aumento vertiginoso da inflação, a renúncia de um presidente, a deposição do substituto e o golpe militar que cerceou os direitos civis. “No campo das artes, a certeza de que era possível se equiparar às nações mais desenvolvidas dava lugar ao desejo de assumir o subdesenvolvimento do país e de fundar uma linguagem condizente com essa condição. É o fim do apogeu da arte abstrata nos meios de vanguarda”, escreve. A pesquisadora enfatiza a mudança de postura de Ferreira Gullar na década de 1960: convidado a dirigir a Fundação cultural do Distrito Federal no governo João Goulart, em 1961, criou depois o Museu de Arte Popular e passou a renegar seus ideais vanguardistas para pregar uma arte de cunho popular revolucionária.

Com a ditadura, Gullar não vê mais lugar para uma arte de vanguarda no Brasil, argumentando que a linguagem neoconcreta era hermética demais para compreensão do povo. Ele defende então a necessidade de ‘ilustrar’ o povo, mesmo reconhecendo que a arte, ao se tornar didática demais, acaba perdendo sua qualidade formal. Incentiva, por exemplo, a literatura de cordel e a gravura popular, e vê com bons olhos o movimento da nova figuração que ocorria no país – inspirado na cultura pop – porque pelo menos a linguagem hermética da abstração deu lugar a uma linguagem de apelo mais direto para a população”, diz a pesquisadora.

  • O incentivo à Cultura

A partir de meados da década de 90, o Brasil vem conhecendo uma extraordinária retomada de suas atividades culturais. O cinema foi a primeira área a beneficiar-se disso. O sucesso com que foram recebidos pelo público filmes como Carlota Joaquina, O Quatrilho, O Que é Isso Companheiro? E Central do Brasil indica que o cinema brasileiro poderá reconquistar, a curto prazo, o lugar de destaque que havia alcançado no panorama cultural, no início dos anos 60, com Terra em Transe e outros filmes. É um sinal de que a indústria cinematográfica tem futuro no país.

O restauro do Pelourinho, no Centro Histórico de Salvador (Bahia), a reforma e recuperação da Pinacoteca do Estado e do Museu do Ipiranga (São Paulo), a retomada de cuidados com o centro histórico do Rio de Janeiro e do centro colonial de cidades como São Luís (Maranhão), Ouro Preto e Diamantina (Minas Gerais), e Recife e Olinda (Pernambuco), e as celebrações, por todo o País, dos 300 Anos de Zumbi e da Década dos Povos Indígenas, mostram que, a despeito de avanços que ainda são necessários nas áreas econômica e social, os brasileiros estão redescobrindo a importância da sua própria memória histórica e cultural. São sinais de enorme renovação da própria cultura.

A retomada cultural no Brasil pode ser percebida também na música, na literatura e, mais importante ainda, em um extraordinário fenômeno de mídia, que reflete o interesse dos brasileiros pela produção cultural do País. Certamente, a revalorização das atividades dos museus e das artes plásticas – com exposições de pintura e escultura de artista com Rodin, Miró, Monet, sem esquecer a própria Bienal de Artes de São Paulo – são reflexos desse interesse, ao mesmo tempo em que o criam. Desde 1994, tais eventos atraíram a atenção de mais de 2 milhões de pessoas, deixando para trás a percepção tradicional que creditava o interesse pela linguagem plástica apenas a parcelas eruditas do público. Na realidade, essas mostras de extraordinária beleza e valor transformaram-se em manifestações culturais de massa, particularmente do público mais jovem, mostrando que o espaço está aberto para novas iniciativas semelhantes.

Com efeito, a partir de importantes reformas introduzidas em 1995 e 1996 na legislação de incentivo fiscal à cultura, e só a nível federal, onde o incentivo ocorre a partir de deduções no Imposto de Renda dos patrocinadores privados, o Governo atraiu investimento que ultrapassaram os 180 milhões de reais nos dois primeiros anos de governo. E a atual política de financiamento da cultura está longe de se limitar apenas a estimular os investimentos privados na área. O Governo Federal reconhece que também lhe cabe papel fundamental no financiamento a fundo perdido da cultura, particularmente no que diz respeito às atividades que, pela sua natureza, não chegam ou não tem atrativo no mercado. Por essa razão pela primeira vez em muitas décadas, aumentou-se em mais de 100% o orçamento do Ministério da Cultura de um ano para o outro, fazendo-0 passar de R$ 104 milhões em 1995, para R$ 212 milhões, em 1996.

Nos anos 80 e 90, principalmente nos países de cultura ocidental, novas propostas e projetos, trouxeram para o arsenal de instrumentos e estímulos da arte todos os recursos expressivos do ser humano. O artista de hoje sabe que, no plano formal, tudo lhe é permitido, não existem barreira de linguagem, nem materiais específicos, nem plataformas coletivas, refletindo, em todo mundo consequentemente um produção de arte sem fronteiras.

História da Arte, Graça Proença ( páginas 307 ~ 325 )

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IMPORTANTE

Leiam os capítulos 25 ( https://artedelia.wordpress.com/2013/04/23/historia-da-arte-graca-proenca-paginas-290-306/ ) e 26 (Abaixo) e façam pequenas anotações ( tais quais: artistas, principais características, contexto histórico). Será realizada uma dinâmica com o valor de dois pontos, sendo essa executada em quatro aulas com a participação de todos.

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