CRONOGRAMA / PONTUAÇÃO – 3º BIMESTRE

  • 05 a 09 de Agosto: Postagens no blog – conteúdo do 3º Bimestre
  • 12 a 16 de Agosto: Trabalhando os objetos do PAS – distribuição do trabalho em grupo ( 4,0 pontos )
  • 19 a 23 de Agosto: Elaboração do trabalho em grupo – objeto do PAS
  • 26 a 30 de Agosto: Elaboração do trabalho em grupo – objeto do PAS
  • 02 a 06 de Setembro: Apresentação grupos – 1, 2 e 3
  • 09 a 13 de Setembro: Apresentação grupos – 4, 5 e 6
  • 16 a 20 de Setembro: Apresentação grupos – 7, 8 e 9 e entrega dos resumos dos capítulos 29 e 30, onde você deverá entregar um esquema dos capítulos, ao final, escrever um texto com suas palavras sobre as leituras realizadas. O texto deverá conter no máximo 15 linhas ) ( 4,0 pontos )
  • 23 a 27 de Setembro: Op e Pop Art – capítulos 29 e 30 – AULA COM SLIDES
  • 30 de Setembro a 04 de Outubro: Finalização do Bimestre

PONTUAÇÃO DO BIMESTRE         

TRABALHO EM GRUPO = 4,0 PONTOS
RESUMO + TESTE = 4,0 PONTOS
PONTO SOCIAL = 1,0 PONTO
PARTICIPAÇÃO =  1,0 PONTO

PONTUAÇÃO EXTRA ( OPCIONAL )

ELABORAÇÃO DE RELATÓRIOS E IMAGENS DE EXPOSIÇÕES, SHOWS, TEATRO E CINEMA = 2,0 PONTOS

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE

NÃO TEREMOS PROVÃO ESTE BIMESTRE, A ENTREGA DOS TRABALHOS É ESSENCIAL PARA SUA NOTA.

RECADO PARA OS ALUNOS DA SALA DE RECURSOS:

OS ALUNOS ESPECIAIS NÃO DEVEM FAZER O RESUMO COM O TEXTO, ELES DEVERÃO APRESENTAR OS CAPÍTULOS EM FORMA DE MURAL NA SALA DE RECURSOS, COM IMAGENS E PEQUENAS LEGENDAS QUE EXPLIQUEM O QUE É OP ART E POP ART. 

O 3º A APRESENTA O CAPÍTULO 30 E O 3º B O CAPÍTULO 29.

DATA DE ENTREGA DAS – SEMANA DE 16 A 20 DE SETEMBRO

Sebastião Salgado – Êxodos ( texto )

O conjunto de livros Êxodos – Programa Educacional Leituras, Narrativas e Novas Solidariedades do mundo Contemporâneo do foto jornalista brasileiro Sebastião Salgado.
Se indagado o nome do maior fotógrafo brasileiro de todos os tempos, poucas pessoas ousarão responder um nome diferente de Sebastião Salgado. Se a pergunta admitir apenas os fotógrafos em atividade, de certo não restará dúvida. Esse mineiro de 63 anos (08 de Fevereiro de 1944, Aimorés, MG), doutor em economia, casado, pai de dois filhos, fotógrafo profissional há menos de três décadas, tornou-se unanimidade internacional.

Definitivamente, a fotografia caiu como um raio sobre a cabeça de Salgado. Diferente de Cartier-Bresson, que já manuseava câmeras fotográficas desde a tenra infância e seguia os caminhos das artes em ateliês de desenho e pintura, Salgado tirou seu primeiro retrato em 1971, aos 27 anos. Nessa ocasião, vivia em Paris com sua mulher, a arquiteta Lelia Wanick Salgado, que fora obrigada a comprar uma câmera Pentax para fotografar apartamentos. Seu marido “roubou-lhe” a câmera por um instante e tirou um retrato seu, sentada no parapeito da janela, em um dia de sol. Maravilhado com o resultado de sua imagem em contraluz, seguiria captando retratos da mulher e das crianças e trocaria o filme colorido pelo negativo em preto e branco. As imagens de cunho social que o deixaram famoso repetem, freqüentemente, a mesma iluminação contrária de sua primeira foto. Lelia afirma que o ex-economista não mais lhe devolveu a câmera, até comprar sua primeira Leica.

Salgado é outro adepto da marca alemã, repetindo a predileção de Cartier-Bresson. Usa, normalmente, três câmeras Leica, cada uma com uma lente diferente: uma 28 mm, uma 35 mm e uma 60 mm. Além desse pequeno arsenal, costuma carregar uma lente zoom, raramente utilizada, com a qual se distancia do objeto para fazer 2% a 3% de suas fotos. Usa negativos P&B da Kodak, principalmente o Tri-X, com ISO 400.No lugarejo de 200 habitantes onde nasceu, perto da pequena Aimorés, cidade interiorana de Minas Gerais, não havia câmaras fotográficas. O pai era criador de gado em uma fazenda de 700 hectares, hoje propriedade do casal. Criança, passou 30 horas dentro de um trem para chegar à capital do Estado. A sofrida paisagem admirada à janela do vagão marcaria Salgado e estaria presente em um de seus primeiros ensaios fotográficos: os trabalhadores das indústrias do Vale do Aço, em Minas Gerais, recorrentes às margens de toda a estrada de ferro.

De Belo Horizonte, Salgado mudou-se para Vitória – ES, onde conheceu Lelia, completou o segundo grau e iniciou o curso de economia na Universidade Federal do Espírito Santo. A graduação só seria completada na Faculdade de Economia e Administração da Universidade de São Paulo, onde obteve, também, o título de mestre. Não bastando, Salgado concluiu novo mestrado em economia na Universidade de Vanderbilt, nos Estados Unidos, e partiu para um doutorado na Universidade de Paris, junto com Lelia, doutoranda em arquitetura, no final dos anos 60.

Trabalhava para a Organização Internacional do Café, com sede em Londres, quando foi enviado para coordenar um projeto nas cafezais de Angola, em 1971. Daí, trouxe alguns rolos de filme fotografado e pediu demissão na empresa. Abandonou as planilhas e a calculadora e tornou-se fotógrafo em 73. Trabalhando como autônomo nos primeiros anos, Salgado passou pelas agências Gamma e Sigma entre 1975 e 1979. De 79 a 94, associou-se à agência Magnum e, em 94, fundou a Amazonas Images, em Paris, para produzir exclusivamente fotos de sua autoria. Com ele, trabalham sua mulher e três ou quatro auxiliares, responsáveis por grande parte do trabalho em laboratório, pelas ampliações e catalogações.

Durante todos esses anos, Salgado fotografou, no Brasil, os garimpeiros de Serra Pelada, os cortadores de cana do Nordeste, os poucos Yanomami que ainda sobrevivem no sul da Amazônia e os integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Fora daqui, documentou os andarilhos no deserto de Sahel, os flagelados pela fome e pela guerra civil em Ruanda e no Quênia, os refugiados de guerra no Irã, na Jordânia, na Bósnia, os trabalhadores de carvoarias, minas de carvão e de ferro, e camponeses de diversos cantos do mundo, os mexicanos que tentam ultrapassar a fronteira com os Estados Unidos, entre tantos outros temas marcadamente sociais.

Desde 1993, Salgado vem documentando o movimento migratório das populações de todo o mundo. Segundo ele, em 1985, 30 milhões de pessoas viviam fora de seus países de origem, número que aumentou para 130 milhões nos dias de hoje. São cerca de 10 milhões de novos emigrantes a cada ano, o que justifica a relevância do tema escolhido. A população mundial aumenta em 100 milhões de pessoas por ano (dez vezes a população de Portugal), dos quais 95% são nascidos em países em desenvolvimento, incapazes de lhes oferecer condições de vida dignas. O mundo chega ao ano 2000 com 6 bilhões de habitantes, o dobro da população do planeta em 1960, 40 anos atrás. Os movimentos populacionais realizados no interior de um mesmo país não são menos importantes e apresentam situação tão desalentadora quanto o movimento internacional. A cada ano, entre 40 e 50 milhões de pessoas dirigem-se às regiões urbanas de diversos países. Somente na década de 1990, há menos de dez anos, a maioria da população brasileira pôde ser flagrada habitando as cidades, trocando o campo por conglomerados urbanos cada vez mais inchados e caóticos. Os princípios resultantes dessas análises despertaram Salgado para algumas dezenas de reportagens, realizadas durante sete anos em 45 países. Uma pequena amostra do universo de milhares de imagens conservadas pelo fotógrafo pode ser observada na exposição Êxodos e nos dois livros que acompanham a exposição.

A visibilidade adquirida por Sebastião Salgado e alguns outros fotógrafos na imprensa nacional e internacional tem contribuído para um olhar diferenciado sobre esses fenômenos sociais. Nas palavras de Eduardo Galeano:

“Os retratos de Salgado oferecem um retrato múltiplo da dor humana. Ao mesmo tempo, convidam-nos a celebrar a dignidade humana. São de uma franqueza brutal essas imagens de fome e de pena, e, no entanto, têm respeito e pudor. Nada a ver com o turismo da miséria…”

Modernismo no Brasil – Notas Importantes

 

Características gerais do pré-modernismo

O pré-modernismo foi um movimento literário brasileiro que marca a passagem entre o simbolismo e o e movimento modernista. Já, em Portugal, o movimento é voltado para o saudosismo.
Segundo Joaquim Francisco Coelho, a palavra denominada “pré-modernismo” foi criado por Tristão Athayde, e quer significa “escritores contemporâneos do neo-parnasianismo, entre 1910 e 1920″

As duas principais características desse movimento são:

  •     conservadorismo – que cultivavam os valores naturalistas;
  •     renovação – falavam sobre a realidade brasileira e as tensões vividas pela sociedade da época.

Além das características citadas acima, o pré-modernismo outras características muito importantes e fáceis de serem identificadas no movimento.

Ruptura com o passado

Os autores adotaram inovações que feriam o academicismo.

Regionalismo

A realidade rural brasileira é exposta sem os traços idealizadores do Romantismo. A miséria do homem do campo é apresentada de forma chocante.

Literatura-denúncia

Os livros são escritos em tom de denúncia da realidade brasileira. O Brasil oficial (cidades da Região Sul, belezas do litoral, aspectos positivos da civilização urbana)

é substituído por um Brasil não-oficial (sertão nordestino, caboclos interioranos, realidade dos subúrbios).

Contemporaneidade 

A literatura retrata fatos políticos, situação econômica e social contemporâneos, diminuindo a distância entre realidade e ficção. Vejamos obras e autores que exemplificam isso:

a) Triste fim de Policarpo Quaresma, de Lima Barreto – Retrata o governo de Floriano Peixoto e a Revolta da Armada.

b) Os Sertões, de Euclides da Cunha – Faz um relato da Guerra de Canudos, mostrando-a como uma das primeiras manifestações pela terra no Brasil.

c) Cidades Mortas, de Monteiro Lobato – Mostra a passagem do café pelo Vale do Paraíba paulista.

d) Canaã, de Graça Aranha – Exibe um documento sobre a imigração alemã no Espírito Santo. Fonte – http://www.colegioweb.com.br

CARACTERÍSTICAS DA ARTE MODERNA BRASILEIRA

Objetivando romper com os padrões antigos, os artistas modernos buscam constantemente novas formas de expressão e, para isto, utilizam recursos como cores vivas, figuras deformadas, cubos e cenas sem lógica. O marco inicial do movimento modernista brasileiro foi a realização da Semana de Arte Moderna de 1922, onde diversos artistas plásticos e escritores apresentaram ao público uma nova forma de expressão. Este evento ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo.

Não foi fácil para estes artistas serem aceitos pela crítica que já estava acostumada com padrões estéticos bem definidos, mas, aos poucos, suas exposições foram aumentando e o público passou a aceitar e entender as obras modernistas.

A Arte Moderna está exposta em muitos lugares, em São Paulo ela pode ser vista no Museu de Arte Moderna, nas Bienais e também em outras formas de exposições que buscam estimular esta forma de expressão.

Artistas brasileiros

Destacam-se como artistas modernistas brasileiros: Di Cavalcanti, Vicente do Rêgo, Anita Malfatti, Lasar Segall, Tarsilla do Amaral e Ismael Nery.

Artistas estrangeiros

Destacam-se como artistas modernistas brasileiros: Pablo Picasso, Matisse, Mondrian e Kandinsky .

ARTISTAS E CARACTERÍSTICAS

Falar sobre os artistas da Arte Moderna significa falar sobre o maior evento que marcou a história da arte brasileira. Tal evento, conhecido como a Semana de Arte Moderna, ocorreu no Teatro Municipal de São Paulo, entre os dias 13 e 18 de fevereiro de 1922.

Partindo dessa data (1922), começamos a compreender os reais propósitos firmados mediante o histórico acontecimento. Afinal, por que 1922? Essa é a data em que o Brasil comemorou seu primeiro centenário da Independência, embora essa independência em nada tenha transformado os planos políticos, econômicos ou culturais. Dessa forma, desde o período que antecedeu a Semana de 1922, conhecido como Pré-Modernismo, houve uma reação por parte da classe artística em revelar um Brasil visto sob o plano real, longe do idealismo pregado pela era romântica. Um Brasil dos marginalizados, indo desde o sertão nordestino até os subúrbios cariocas. Não por acaso, Euclides da Cunha, Monteiro Lobato, entre outros, souberam expressar sua insatisfação mediante as mazelas que corrompiam a sociedade daquela época – de um lado o progresso industrial oriundo da expansão do capitalismo, de outro a massa dos excluídos, formada pela classe operária que, cada vez mais organizada, realizava intensas greves.

Nesse clima de euforia, imbuídos no propósito de operar mudanças, sobretudo influenciados pelos movimentos vanguardistas, é que os artistas expressaram seus posicionamentos ideológicos por meio de suas criações, seja na pintura, música, escultura, literatura, entre outras formas de arte. Nesse sentido, vejamos os dados biográficos inerentes a alguns deles, a começar por:

Di Cavalcanti

Emiliano Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Melo, filho de Frederico Augusto Cavalcanti de Albuquerque e Rosalia de Sena,
nasceu em 1897, no Rio de Janeiro, e faleceu em 1976 naquela mesma cidade. Seu talento artístico começara em 1908, em São Cristóvão, bairro de classe média para o qual a família se mudara.

Anos mais tarde, em 1914, iniciou sua carreira de caricaturista. Em 1916, matriculou-se na escola Livre de Direito, mudando-se para São Paulo e levando consigo uma carta de Olavo Bilac para o jornalista Nestor Rangel Pestana, crítico de arte do Estadão. Com isso, empregou-se como arquivista no jornal O Estado de São Paulo.

Di Cavalcanti foi um dos idealizadores da Semana de Arte Moderna, participando da criação dos catálogos e dos programas, além de ter exposto doze pinturas. Entre sua vasta obra, podemos citar:

Viagem da Minha Vida – O Testamento da Alvorada (1955) e Reminiscências Líricas de um Perfeito Carioca (1964).

Ilustrou numerosos livros, entre os quais: Carnaval, de Manuel Bandeira, 1919; Losango Cáqui, de Mario de Andrade, 1926; A Noite na Taverna e Macário, de Alvares de Azevedo, 1941; etc.

Executou murais em Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo e editou álbuns de gravuras, tais como Lapa, xilogravuras, 1956; Cinco Serigrafias, 1969 e Sete Flores, com texto de Carlos Drummond de Andrade, 1969.

Ismael Nery

Ismael Nery nasceu em Belém do Pará em 1900 e faleceu em 1934 na cidade do Rio de Janeiro. Esse artista não defendia a ideia de nacionalidade como os artistas de sua época; ao contrário, estendia sua expressão artística em seu sentido mais amplo, entrelaçando todas as correntes de pensamento. Sua carreira como pintor não lhe rendeu o merecido reconhecimento por parte do público, uma vez que não chegou a vender mais que uma centena de quadros, expostos somente em dois eventos. Ao contrário de sua produção enquanto desenhista, que, segundo a opinião de especialistas, era melhor que sua pintura.

Costuma-se dividir a obra desse nobre artista em três vertentes: a expressionista, indo de 1922 a 1923; a cubista, de 1924 a 1927, sob forte influência de Pablo Picasso; e a Surrealista, demarcada de 1927 a 1934, sua fase mais importante e promissora.

Lasar Segal

Lasar Segal nasceu em 21 de julho de 1891, na cidade de Vilna, capital da Lituânia. Faleceu em 2 de agosto de 1957 na cidade de São Paulo, deixando um vasto acervo que enfatiza não somente a beleza, mas sobretudo a miséria que presenciara durante toda sua jornada. Para Segal a pintura estática não lhe satisfazia, haja vista que nela era preciso fazer algumas distorções de modo a retratar a realidade – propósito esse que o levou a aproximar-se do Expressionismo. Depois de rápida estada na Holanda, partiu para o Brasil, onde organizou duas exposições: uma em São Paulo e outra em Campinas.

Mais que um pintor, considerado também como um verdadeiro sociólogo, Lasar Segal tinha obsessão pelo ser humano e, por meio dos pincéis, retratou os problemas brasileiros, revelados por cenas familiares, dando ênfase ao interior pobre das casas, bem como aos rostos sofridos de seus habitantes. Cenas essas que retratavam o conformismo de uma sociedade considerada imutável.

Assim sendo, utilizava em suas obras não somente óleo sobre tela, mas também processos de gravura que aprendera na Rússia, tais como a litogravura e a zincografia, os quais conferiam à sua arte um caráter puramente versátil.

Atingido por um ataque fulminante, veio a falecer. Contudo, sua vasta obra permaneceu viva, por meio de um acervo com 2500 obras, local onde funciona uma Biblioteca organizada por sua mulher – escritora e tradutora.

Tarsila do Amaral

Tarsila do Amaral nasceu em Capivari, no estado de São Paulo, em 1886 e faleceu em 1973, na cidade de São Paulo. Em 1916 começou sua vida artística por acaso, quando aprendeu modelagem com Zadig e Mantovani. No ano seguinte, motivada por grande interesse pela pintura, Tarsila começou a ter aulas com Pedro Alexandrino e, em 1920, viajou para Paris, onde se matriculou na Academia Julian. Retornou a São Paulo em 1922, sob um clima de mudança artística e cultural. Mediante seu reencontro com Anita, resolveram se juntar a Mário de Andrade, Oswald de Andrade e Menotti del Picchia e fundar o chamado grupo dos cinco, procurando manter viva a intenção proposta pela Semana de 22.

No final da década de 1920, Tarsila criou os movimentos Pau-brasil e Antropofágico, ambos defendendo a ideia de que o artista deveria sim conhecer bem a arte europeia, contudo deveria criar uma estética genuinamente brasileira.

Ainda em 1923 retornou à Europa, onde manteve contato com diferentes artistas ligados ao movimento modernista europeu. No ano de 1926, casou-se com Oswald de Andrade, vindo a se separar em 1930. Entre 1920 e 1930 pintou suas obras de maior valor cultural, as quais lhe conceberam grande reconhecimento no mundo das artes: Abaporu (1928) e Operários (1933). Entre os elementos que refletiram em sua temática artística podemos citar o uso de cores vivas, a abordagem de temas sociais e cotidianos e paisagens brasileiras, o uso de formas geométricas (influência cubista) e uso de uma estética considerada fora do padrão (influência surrealista na fase antropofágica).

Veio a falecer em 1973, em São Paulo, deixando uma vastíssima obra que lhe concedeu o título de uma das maiores figuras artísticas brasileiras de todos os tempos.

Anita Malfatti

Anita Catarina Malfatti nasceu em 2 de dezembro de 1889, em São Paulo. Filha de Samuel Malfatti e de Elisabete, era pintora, desenhista e falava vários idiomas, o que lhe rendia uma habilidade cultural vasta.

Chegando a Berlim, em setembro de 1910, começou a tomar aulas particulares no ateliê de Fritz Burger, matriculando-se um ano depois na Academia Real de Belas-Artes. Em 1916 retornou ao Brasil, já com 27 anos, disposta a expressar toda sua arte, especialmente voltada para o Expressionismo.

Assim, por meio de influências de seus amigos modernistas, em especial por Di Cavalcanti, Anita decidiu locar uma das dependências do Mappin Stores e realizar uma única apresentação de seus trabalhos, em 12 de dezembro de 1917.

O que não sabia era que o destino, de forma irônica, lhe reservara um grande infortúnio. Monteiro Lobato, por meio de seu artigo Paranoia ou mistificação, criticou a duras penas o trabalho da artista. Tal intento não era destinado a ela em especial, mas aos modernistas propriamente ditos. O fato lhe abalou profundamente e a fez carregar pelo resto de sua vida um sentimento de total descontentamento frente às coisas que a rodeavam. Seu primeiro instinto foi o de abandonar de vez a arte, contudo passou a tomar aulas com o mestre Pedro Alexandrino, fato que lhes concedeu uma proveitosa e duradoura amizade.

Motivada por amigos, resolveu participar da Semana de Arte Moderna de 1922 e, no ano seguinte, viajou para Paris, munida de uma bolsa de estudos, onde encontrou Tarsila do Amaral, Oswald de Andrade, Vitor Brecheret e Di Cavalcanti. Retornou depois de algum tempo ao solo brasileiro, já com a confiança recuperada, no entanto não estava mais disposta em se aventurar em novas “investidas culturais”.

Anita veio a falecer em 6 de novembro de 1964 em Diadema, estado de São Paulo, local em que morava com sua irmã Georgina, em uma chácara.

SEMANA DA ARTE MODERNA

Semana de Arte Moderna de 1922, realizada em São Paulo, no Teatro Municipal, de 11 a 18 de fevereiro, teve como principal propósito renovar, transformar o contexto artístico e cultural urbano, tanto na literatura, quanto nas artes plásticas, na arquitetura e na música. Mudar, subverter uma produção artística, criar uma arte essencialmente brasileira, embora em sintonia com as novas tendências européias, essa era basicamente a intenção dos modernistas.

Durante uma semana a cidade entrou em plena ebulição cultural, sob a inspiração de novas linguagens, de experiências artísticas, de uma liberdade criadora sem igual, com o conseqüente rompimento com o passado. Novos conceitos foram difundidos e despontaram talentos como os de Mário e Oswald de Andrade na literatura, Víctor Brecheret na escultura e Anita Malfatti na pintura.

O movimento modernista eclodiu em um contexto repleto de agitações políticas, sociais, econômicas e culturais. Em meio a este redemoinho histórico surgiram as vanguardas artísticas e linguagens liberadas de regras e de disciplinas. A Semana, como toda inovação, não foi bem acolhida pelos tradicionais paulistas, e a crítica não poupou esforços para destruir suas idéias, em plena vigência da República Velha, encabeçada por oligarcas do café e da política conservadora que então dominava o cenário brasileiro. A elite, habituada aos modelos estéticos europeus mais arcaicos, sentiu-se violentada em sua sensibilidade e afrontada em suas preferências artísticas.

A nova geração intelectual brasileira sentiu a necessidade de transformar os antigos conceitos do século XIX. Embora o principal centro de insatisfação estética seja, nesta época, a literatura, particularmente a poesia, movimentos como o Futurismo, o Cubismo e o Expressionismo começavam a influenciar os artistas brasileiros. Anita Malfatti trazia da Europa, em sua bagagem, experiências vanguardistas que marcaram intensamente o trabalho desta jovem, que em 1917 realizou a que ficou conhecida como a primeira exposição do Modernismo brasileiro. Este evento foi alvo de escândalo e de críticas ferozes de Monteiro Lobato, provocando assim o nascimento da Semana de Arte Moderna.

O catálogo da Semana apresenta nomes como os de Anita Malfatti, Di Cavalcanti, Yan de Almeida Prado, John Graz, Oswaldo Goeldi, entre outros, na Pintura e no Desenho; Victor Brecheret, Hildegardo Leão Velloso e Wilhelm Haarberg, na Escultura; Antonio Garcia Moya e Georg Przyrembel, na Arquitetura. Entre os escritores encontravam-se Mário e Oswald de Andrade, Menotti Del Picchia, Sérgio Milliet, Plínio Salgado, e outros mais. A música estava representada por autores consagrados, como Villa-Lobos, Guiomar Novais, Ernani Braga e Frutuoso Viana.

Em 1913, sementes do Modernismo já estavam sendo cultivadas. O pintor Lasar Segall, vindo recentemente da Alemanha, realizara exposições em São Paulo e em Campinas, recepcionadas com uma certa indiferença. Segall retornou então à Alemanha e só voltou ao Brasil dez anos depois, em um momento bem mais propício. A mostra de Anita Malfatti, que desencadeou a Semana, apesar da violenta crítica recebida, reunir ao seu redor artistas dispostos a empreender uma luta pela renovação artística brasileira. A exposição de artes plásticas da Semana de Arte Moderna foi organizada por Di Cavalcanti e Rubens Borba de Morais e contou também com a colaboração de Ronald de Carvalho, do Rio de Janeiro. Após a realização da Semana, alguns dos artistas mais importantes retornaram para a Europa, enfraquecendo o movimento, mas produtores artísticos como Tarsila do Amaral, grande pintora modernista, faziam o caminho inverso, enriquecendo as artes plásticas brasileiras.

A Semana não foi tão importante no seu contexto temporal, mas o tempo a presenteou com um valor histórico e cultural talvez inimaginável naquela época. Não havia entre seus participantes uma coletânea de idéias comum a todos, por isso ela se dividiu em diversas tendências diferentes, todas pleiteando a mesma herança, entre elas o Movimento Pau-Brasil, o Movimento Verde-Amarelo e Grupo da Anta, e o Movimento Antropofágico. Os principais meios de divulgação destes novos ideais eram a Revista Klaxon e a Revista de Antropofagia.

O principal legado da Semana de Arte Moderna foi libertar a arte brasileira da reprodução nada criativa de padrões europeus, e dar início à construção de uma cultura essencialmente nacional.

Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Semana_de_Arte_Moderna
http://www.pitoresco.com/art_data/semana/index.html